Chegou hoje
Foi difícil, deu luta, mas já cá está!
O meu telemóvel novo, que de novo tem muito pouco, ou não tivesse sido ele repescado do Outlet da Vodafone. Mas a expressão "último grito da moda" sempre me assustou mais do que cativou.
A minha saga (que se arrastou durante toda a semana) de obtenção do dito Nokia 5200 foi uma demonstração bastante evidente de como somos nós que criamos as nossas necessidades. Numa bela manhã de sol olhei para o meu telemóvel de sempre, simpático companheiro dos últimos anos, e vi que ele já não prestava. Coitado. Não fez nada de mal. Pelo contrário, sobreviveu estoicamente a todas aquelas vezes que caiu ao chão... Mas terça-feira percebi que a nossa bonita história não tinha mais pernas para andar. No fundo, é como com as pessoas. Um dia (quem sabe em vésperas das Bodas de Prata) olhamos para o senhor que acorda todos os dias ao nosso lado, pai dos nossos três filhos, e perguntamo-nos o que estará ele a fazer ali instalado. Percebemos que afinal, pensando bem, não gostamos assim tanto dele. Nesse momento, pedimos cordialmente que saia, que arranje outra casa e outra mulher e nunca mais nos procure. É mais ou menos esta a história do divórcio litigioso. E foi isso que eu fiz com o meu Nokia anterior. Amanhã vou aventurar-me neste Nokia posterior e dizer mal da minha vida, quando tiver que passar não sei quantos contactos de um para outro, ou quando o deixar caír ao chão (os cônjuges mudam mas os hábitos ficam) e o écrã se partir ao meio... Mas foi a escolha que eu fiz e agora terei de viver com ela... Não para sempre, mas pelo menos por longos meses de louca paixão.