Rogério Lopes Pacheco
Tem-me escrito muito, ultimamente, o Rogério.
É simpático. Trata-me com cordialidade, começa sempre com um respeitoso "Vossa Excelência", distinção que nos faz sentir especiais, e despede-se com os seus melhores cumprimentos, o que, por seu turno, nos faz sentir queridos, e nos dá vontade de convidar o Rogério para vir ao almoço familiar de domingo, e pedir à nossa avó que faça o seu melhor empadão porque o Rogério decerto apreciará.
O Rogério nunca envia uma simples carta, ele "junto envia" sempre qualquer coisa, como se de um presente se tratasse. Um autêntico brinde do bolo rei, como se ainda estivéssemos nos anos A.A (antes da ASAE).
O Rogério arranja tempo, na sua conturbada vida de administrador da EMEL, para escrever carinhosas missivas para os vários cidadãos do país. E assina aquilo que diz, porque é um homem de palavra. Ok, só assina uma vez, as restantes são fotocopiadas, mas não deixa de ter valor por causa disso.
Quero agradecer ao Rogério o facto de ter enchido, como nunca, a minha caixa de correio. Numa época de mails e SMS, faz falta quem perpetue a tradição do correio tradicional. Deixo apenas uma questão ao Rogério: porque raio é que estacionar em zona de estacionamento de duração limitada sem efectuar o respectivo pagamento dá direito a uma coima de 30 euros, e estacionar entre placas de paragem proibida sai bem mais barato (uns míseros 19 euros)?
Afinal de contas, Rogério, o que é mais grave? Não dar o dízimo à EMEL, com a respectiva vénia de adoração, enquanto se retira o ticket, ou estacionar num sítio onde a lei manda que não se páre sequer?
Veja lá isso, Rogério. Em nome dum bom empadão de carne, com chouriço por cima.
E continue a mandar postais. Gosto muito de o ler.