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Monstro Bolero

Monstro Bolero

10
Out10

Gosto / Não Gosto

Joan@

Seguindo o exemplo da excelsa (e outras coisas mais) Susana Romana, que diz que "se um dia for entrevistada pelo Daniel Oliveira, entre lágrimas e ranhoca, já tem o tpc adiantado", aproveitei uns minutinhos para adiantar os meus "deveres".

 

Gosto de ler revistas de trás para a frente, numa leitura que inclui fichas técnicas. Eu sou a pessoa que vai sempre à procura da nota de rodapé para a qual remete um asterisco perdido no texto.

 

Gosto de ver televisão. Toda a televisão do mundo. E em particular a de Queluz.

 

Gosto de ver futebol mas gosto vinte vezes mais de ver debates sobre futebol. São as melhores sitcoms nacionais.

 

Não gosto de perder. Não é de agora: quase todas as pacíficas tertúlias familiares a jogar Pictionary ou Trivial acabavam comigo a virar o tabuleiro ao contrário depois de ter falhado uma qualquer pergunta sobre capitais europeias. E no pós-jogo o desafio era outro: fugir do meu pai e impedir que ele me virasse a mim ao contrário!

 

Gosto de ir ao supermercado. A terapia de algumas mulheres será na Massimo Dutti em tempo de saldos. A minha é certamente no Jumbo em tempo de promoções nos lacticínios.

 

Gosto de Pizza na Brasa, mesmo sabendo que é menosprezada perante a Telepizza. Gosto de Baskin&Robins mesmo depois de ter sido suplantada pela Haagen Dazs.

 

Gosto de andar de carro sem destino. Com destino nunca corre bem porque perco-me sempre.

 

Não gosto de álcool. Nem de café. Nem de tabaco. E nem sequer tenho a desculpa de pertencer a uma igreja esquisita. Sou apenas pouco cool.

 

Gosto de planear a minha festa de anos nas férias do Verão e de começar a comprar presentes de Natal em Outubro.

 

Gosto de navegar aleatoriamente pela Amazon, como quem passeia pelo Colombo a um domingo. Mas sem o cheiro a suor "derivado aos" fatos-de-treino em polyester.

 

Gosto do Inverno, mesmo sabendo que "o que está a dar" é gostar do Verão.

 

Gosto do cheiro de pão acabado de fazer. E acho que "pão com queijo" é uma iguaria que devia receber uma estrela Michelin.

 

Não gosto de andar de metro. Nem de avião. Um é muito em baixo, outro muito em cima. Não gosto de conduzir muito rápido nem muito devagar. Gosto do meio-termo.

 

Gosto de sair do ginásio às oito e meia da manhã, muitas vezes com dificuldades de locomoção mas com um "check" mental feito.

 

Gosto de ver fotografias antigas, de abrir documentos há muito tempo encerrados no computador, de iniciar conversas com a pergunta "lembras-te daquela vez em que..."

 

Não gosto de pessoas demasiado simpáticas.

 

Gosto de comer sushi todas as sextas-feiras.

 

Não gosto de batatas fritas.

 

Gosto quando passa na rádio a minha música preferida. Tê-la em CD não resultaria. É da imprevisibilidade e da surpresa que nasce a alegria.

 

Não gosto de Carnaval. Nem de Halloween. Nem de tunas académicas. Sim, está tudo no mesmo saco.

 

Gosto de palavras. Das que já caíram em desuso e das que ainda não conhecia.

 

Gosto de descobrir restaurantes novos.

 

Não gosto de gastar dinheiro (nem que sejam 10 euros) em restaurantes que o não merecem.

 

Não gosto de falar ao telefone. Acho que esgotei todo o meu talento para isso entre os 13 e os 14 anos. Devo ter um total acumulado de minutos ao telefone superior a muitas operadoras de telemarketing.

 

Gosto de viajar. E gosto ainda mais de planear as viagens. Acho que percorro mais kilómetros antes do que durante.

 

Gosto de ter saudades. E de as matar.

 

Gosto de escrever: recados, sms, mails, cartas e, quando tem mesmo de ser, guiões. Mas sou muito melhor ao nível do postal.

 

Gosto do Facebook. "Joana likes this".

 

Gosto de imaginar como é que vai ser no futuro. De que é que eu vou gostar e desgostar?

 

Para o caso de, por essa altura, Daniel Oliveira não ter ainda abandonado a pergunta "o que dizem os seus olhos?", os meus dirão certamente "medo, mito medo! Quero fugir daqui enquanto é tempo, antes que penses que és o meu melhor amigo e me peças para dormir lá em casa". Acho que é um sentimento partilhado por todos os entrevistados do Daniel Oliveira. Ele é uma espécie de psicopata terno. Tem uma abordagem subtil, à la violador de Telheiras. Tenta conquistar as pessoas com montagens fotográficas fofas ao som do último êxito dos Coldplay, para depois as perseguir para todo o sempre. E consta que há uma ou duas vítimas que ficam com síndroma de Estocolmo (afeição pelo agressor). É ver o caso de Ronaldo que já foi entrevistado para cima de dez vezes.

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