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Monstro Bolero

Monstro Bolero

11
Out05

Aceito

Joan@
Imaginem este ritual de tortura... São obrigados a vestir roupas apertadas, desconfortáveis e estupidamente formais, que vos fazem sentir-se como o Alberto João Jardim no Carnaval da Madeira, com a desvantagem de não serem homens, carecas e gordos, nem estarem no arquipélago. São obrigados a percorrer kilómetros (tudo bem, vão de carro, mas dentro daquelas roupas era quase o mesmo que irem no metro à hora de ponta). Têm que passar mais de uma hora dentro de uma igreja a fazer agachamentos forçados (agora levanta, agora senta), têmn de ouvir cânticos tenebrosamente desafinados (para bom cristão meio ré menor basta, mas para quem possua ouvidos mais hereges é complicado!), e como se não bastasse ainda têm que beijar o caseiro da quinta que se sentou ao vosso lado estrategicamente já a pensar na parte do "saúdem-se uns aos outros"!! Depois chega o copo de água, eufemismo para "concurso ao melhor estilo americano para ver quem come mais", só que em vez de hot dogs e coca cola servem-nos coisas com nomes indecifráveis, que normalmente se situam no centro de um prato enorme, com algumas decorações que não são comestíves (embora haja sempre quem tente, na esperança de conquistar mais uns pontos ao conviva do lado)... Quando já comemos mais do que nos dois últimos dias, dizem-nos "prato de carne agora?"..."ou então mesa de queijos?"... "e tem ali as vinte e três sobremesas"... E posto isto, quando estamos a pensar na melhor forma de chegar ao nosso carro sem vomitar, há uma voz que avisa "vamos abrir a pista", e sem darmos conta já estamos no meio da valsa! Aquela dança em vias de extinção que só aparece em casamentos para nos atormentar (mais ainda). E o melhor é que, no fim disto tudo, ainda esperam que estejamos animadíssimos, como se fosse o dia mais maravilhoso da nossa triste existência, como se tudo o que desejássemos para nós fosse fazer sala com aquelas pessoas que só vemos quando alguém morre (ou decide casar-se, o que para efeitos práticos redunda exactamente no mesmo), atirar arroz à cabeça de uma rapariga que não conhecemos mas que ao que parece casou com o nosso primo, e dançar salsa com a nossa tia avó como se não houvesse amanhã...

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