Uma questão existencial que rapidamente se transformará em duas questões existenciais: 1 - Porque é que há dias em que não estamos inspirados sequer para fazer chichi? 2 - Escreve-se "chichi"? Ou "xixi"? Ou ainda "xi-xi"? E eis que duas problemáticas complexas dão origem a uma terceira: Joana, é mesmo necessário utilizares essa palavra no teu digníssimo blog?
Esclarecimento à população inquieta: A Minha Avó É Uma Artista de Variedades vai voltar! Este breve interregno deve-se ao facto de estarmos a lidar com uma superstar que, como tal, precisa de algumas férias... numa ilha paradisíaca ou num segundo andar do Restelo... e tem dado alguns showtógrafos, qual Floribela... não em Sandim ou Tabuaço, mas algures entre a mercearia do Sr. Rocha e a Mesa de Nossa Senhora. É dura a vida no star system, não pensem que não. Mas a artista é uma boa artista, e voltará.
Com "O Homem de Vitrúvio" Da Vinci sintetizou uma série de ideais a respeito da relação do homem com o universo. Nos dias que correm, nada melhor que um Homer de Vitrúvio para compreendermos o que nos liga a essa coisa a que chamam "mundo lá fora", e que já quase não se vê, de tantos centros comerciais que tem plantados. Cerveja, donuts, hotdogs e um comando de televisão são os melhores, e cada vez mais os únicos, interfaces. As proporções, essas, serão cada vez mais as do Homer, até porque os donuts têm de ir para algum lado. Quanto à cor, diria que o amarelo não entrará já nas próximas tendências Outono/Inverno mas lá para meados de 2008 somos bem capazes de começar a amarelar.
Toda a gente lê horóscopos. É um facto. E escusam de assobiar para o ar. Para já, porque vão parecer autistas em frente ao PC, e depois porque eu sei que vocês estão sempre a par das Cartas da Maya e sabem perfeitamente que o Óraculo de Belline não tem nada a ver com produtos ultracongelados... Eu, leitora assumida e sem vergonhas de todo e qualquer tipo de horóscopo, acabo de perceber (ao fim de 21 anos, é triste toda esta demora, eu sei...) qual o truque. É que eles acertam sempre, é incrível... lemos coisas como "tendência para dores de costas" ou "dificuldades financeiras" e pensamos "fogo... they are watching me" (reparem que repentinamente até ficamos bilingues e tudo, como se fossemos emigrantes acabados de chegar de Newark, depois de termos visto a Floribela no 10 de Junho...). Pois aqui o funcionamento é igual ao daqueles mágicos dos bares que nos dizem para olhar para meia dúzia de cartas e decorar uma, que segundos depois terá desaparecido. Eles fiam-se na nossa concentração numa só carta (e na nossa idiotice também), que faz com que não reparemos que nenhuma das cartas iniciais coincide com as segundas... Ora os senhores dos horóscopos, sejam eles astrólogos, tarólogos, tarados... ou um pouco de tudo isso, partem também do princípio que vamos ler apenas o nosso signo, e ficar maravilhados com a pontaria deles para tocar mesmo na nossa dor. Não pensam no caso de pessoas que além de ler horóscopos (e de o assumirem publicamente), o fazem de forma benemérita, lendo o horóscopo do irmão, dos pais, do namorado, das amigas, dos primos... para poder informar toda uma comunidade de astro-excluídos (ou seja, aqueles que fingem convictamente que nunca ouviram falar do Vidente das Estrelas). Quando ao fim de três signos distintos vejo várias maneiras de dizer a mesma coisa, com palavras diferentes, compreendo. Estes senhores podem não prever grande coisa, mas têm pelo menos um bom vocabulário. Podem não pescar grande coisa de ascendentes, mas dominam o campo lexical que é uma coisa parva, de converter qualquer céptico mesmo... Senão vejamos: "organismo muito débil", "cuidado com os excessos", "tenha atenção à saúde", "ouça o seu corpo", "saúde debilitada", "período de alguma fraqueza" são simplesmente sinónimos uns dos outros. Mas em bom. Parabéns. E eu que passei tantos anos a achar que em Março de 1997 tinham mesmo adivinhado o furto de que seria alvo, quando numa revista inscreveram as proféticas palavras "Capricórnios, tenham atenção à carteira". Desiludo-me. Mas rapidamente me iludirei novamente, assim que abrir mais uma revista na página das previsões.
Já tinha ouvido muita coisa sobre o Joe Berardo mas não sabia que ele era ......... deficiente! Nunca o tinha ouvido falar! Agora, tudo faz sentido. Realmente uma pessoa que fala como se estivesse ainda na pré-primária, mas também com uma batata cozida muito quente dentro da boca e tendo aprendido na véspera a palavra "instituição", pelo que tem de usar muitas vezes, quis compreensivelmente comprar um brinquedo para se entreter. E que brinquedo melhor que o Benfica? Não há, como no caso do Porto, aquela responsabilidade de ser um brinquedo topo de gama, daqueles que até dá medo de partir, tal seria o prejuízo.. Não há, como no caso do Sporting, o problema da complexidade, que obriga a ler o livro de instruções, a montar peça a peça e a pensar como raio aquilo funcionará. No caso do Benfica, se partir, deita fora e compra outro! Diz que o Beira Mar está a bom preço.
Dizem que as pessoas mudam quando são mães. Estava com uma amiga minha e não tinha notado ainda nada de especial, tirando o facto de as calças de bolsos em vez de transportarem carteiras e telemóveis albergarem um biberon e, ok, o pequeno pormenor de trazer um ser de três adoráveis e rechonchudos meses ao colo. Até ali, tudo bem. Pronto, é certo que agora dorme menos, acorda mais cedo, não tem ido trabalhar, não tem tempo... Até aí são tudo adaptações demasiado naturais para poderem ser consideradas "a grande mudança desde que é mãe"... mas eis que surge a revelação, em tom natural, quase como quem não vê, ou não quer ver, que estamos perante o belo fenómeno da maternidade, em todo o seu esplendor: "levanto-me às seis da manhã, porque ele chora e eu também (pausa - para dar o tom dramático)... a ver o Extreme Makeover. É aí que eu peço para repetir, por favor... que o bebé chore, tudo bem, parece que eles são inventados mesmo assim. Mas que a mãe chore a ver o Extreme Makeover? Logo logo ela se apressa a acrescentar: o das casas, nao é o das caras! É caso para dizer "ah, muito melhor!". Fiquei muito mais descansada, não haja dúvida... Sobretudo quando ela começou a tentar explicar-me quão bonito e comovente podia ser ver uma casa a ser arrasada e construída do zero, para ajudar uma pobre família carenciada. E ainda hoje poderíamos lá estar, com ela a falar, embevecida, do filho e sobretudo de como os programas de decoração emitidos na televisão se tornaram subitamente muitíssimo emotivos. Mas eu disse-lhe que não valia a pena. Que enquanto não for mãe não conseguirei perceber. Talvez no dia em que tiver um filho, e ainda no recobro, eu corra para a televisão para ver o Querido Mudei a Casa e chorar, chorar muito, a cada vez que uma das tias decoradoras falar. De qualquer forma, aqui ficam os meus parabéns... com um miúdo daqueles que trazia ao colo até se justifica ver o Extreme Makeover e ... vá lá, verter uma lágrima ou outra porque não? Desde que ele seja saudável e largue a chucha aos dois anos, está tudo bem. PS - Foi a primeira vez que escrevi as palavras biberon, chucha e rechonchudo. Aproximo-me perigosamente do estado mãe-lamechas, sem a parte do mãe, claramente, mas com grande ascendente de lamechice. Mais um pouco e estou a ver o Essência, com a Ana Marques, na Sic Mulher. Ok, com tanta informação já me denunciei: eu já vi!
Enquanto muitos e muitos lisboetas se ocupam a ouvir o que têm para dizer senhores como António Costa, Helena Roseta ou Fernando Negrão, o verdadeiro debate político está a passar-lhes ao lado. O único candidato digno desse nome, Gonçalo da Câmara Pereira, é o único a ter um programa realmente inovador para Lisboa. O líder do Partido Monárquico (sim ele existe) afirmou, para todos quantos quiseram ouvir (ou por outra, aqueles que viram o seu nome no jornal ou ouviram na rádio e pensaram "deixa cá ver que isto vai ser engraçado...") que se ganhar as eleições intercalares em Lisboa, vai oferecer um «pequeno barco à vela» a cada criança, «porque o amor ao Tejo começa logo em pequeno». Para Gonçalo da Câmara Pereira, é necessário «pôr o povo a olhar para o Tejo, a coisa mais bonita de Lisboa», já que «é o rio mais largo na foz da Europa e o único que não é utilizado». Tendo em conta que este candidato é já um vencedor, mesmo antes das eleições (quanto mais não seja em termos humorísticos), podem começar a vir de lá esses barquinhos. E olhem que apesar da natalidade ser baixa em Portugal, penso que temos criancinhas suficientes para impedir o tráfego de cacilheiros, iates luxuosos e barcos de recreio. Mas bonito, bonito vai ser ver as velas ao vento, como se tivessemos voltado aos Descobrimentos. Consta que Câmara Pereira quer também que os pais dessas mesmas crianças comecem a vestir-se segundo a última moda da Renascença, collants incluídos, e que as mães usem espartilho. Aqui fica o meu apelo ao voto. Vamos ver essa criançada velejar.
Uma pessoa fica uns dias sem cá vir e é isto... o blogger conseguiu a naturalização. Qual Deco, agora o Blogger é português. Já não há dashboard para ninguém, só um rústico painel, já não podemos fazer compose, quanto muito podemos redigir, o que dá a ideia de que somos o primeiro secretário da associação de moradores do bairro, encarregue de fazer as actas... Preview nem vê-lo, quanto muito visualizamos e já é uma grande sorte. Já nem vale a pena dirigirmo-nos ao help, só há ajuda, o que dá um tal ar de caridade que nos rouba qualquer vontade de lá ir.... E no momento em que queremos realmente mostrar estes tristes textos ao público, já não há posts para ninguém: restam duas hipóteses - publicar mensagem ou guardar agora... e se olharmos mais para baixo temos até algo mais ousado, junto das tags há a opção de "mostrar tudo". Não carreguei lá. Tive medo do que pudesse surgir. Bem... resta-me conformar... e admitir que o meu blog morreu. Agora tenho um blogue, com tudo o que de portugalmente grave isso implica.
4º Episódio, a caminho do 5º. Porque isto de ser artista de variedades dá muito jeito no dia-a-dia... entre outras coisas para fugir a telefonemas incómodos.