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Não subestimem o poder traumatizante que tem um "dia de aniversário" para alguém que detesta falar ao telefone. É que vemo-nos obrigados a fazer um estágio intensivo de telefonista. Conforme as personagens que vão surgindo do outro lado, vamos treinando o nosso lado mais mecânico e formal, naquele que é conhecido por "
estilo-atendedor-de-chamadas-pré-gravado", ou a nossa faceta mais espontânea e instintiva, vulgo "
recepcionista-de-consultório-médico-dentário-que-falhou-uma-carreira-no-mundo-do-entertainment". Mas pronto, apesar de tudo há presentes, e bolos, e brindes, e por momentos parece que é Natal outra vez, e tenho outra vez desculpa para actuar como se tivesse nascido em 2002 e não em 86. É bom. Podemos repetir para o ano, então... De preferência com mais SMS, mails, postais, cartas registadas, faxes e telexes. Demasiado contacto verbal, além de cansativo, é demodê!
Olhem, até podem ser daqueles aviões que sobrevoam as praias da Costa da Caparica, dizendo coisas como "cerejinha, i love you" ou "festa tropical na discoteca 3 Irmãos, ladies night". Bem, antes personalizavam a mensagem para mim, como é óbvio... E se calhar enviavam o avião só lá para Maio, porque tendo em conta as previsões metereológicas... era triste vermos no telejornal que tinha morrido um aviador ao largo do Cabo da Roca, quando se preparava para sobrevoar Lisboa com uma faixa a dizer "Monstro Bolero: que contes muitos e bons, repletos de saúde e felicidade!". Ou outra coisa igualmente bonita que não consigo de momento inventar. Acho que preciso de ir ver mais um episódio dos Andrades. Pena não haver em DVD...