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Monstro Bolero

Monstro Bolero

31
Dez08

Capricórnios 2009

Joan@

Diz a Maria Helena que: 2009 será um ano muito intenso para os nativos de Capricórnio que terão de fazer um esforço maior de adaptação às circunstâncias, pois as mudanças podem suceder-se a um ritmo acelerado nas suas vidas. Estarão sob a influência da Carta de Tarot o Diabo, que indica que haverá novidades mas que deverão também manter a prudência e a sensatez na forma como lidam com as circunstâncias. Este signo tem ainda a influência da carta 9 de Paus, que significa que terão sempre força em todos os acontecimentos com que serão confrontados.

 

 

 

E se a Maria Helena diz, eu acredito. Porque sempre apreciei esta senhora, que tendo um nome tão vulgar, decidiu escapar ao destino mais que certo como tesoureira de uma Associação Recreativa. É que, ainda hoje, olhamos para Maria Helena, e temos vontade de lhe pedir um qualquer o anexo B dum qualquer documento. E, no entanto, ela sabe mais da nossa vida do que cada um de nós. Resta ver agora o que tem a dizer, sobre mim especificamente e os Capricórnios em geral, a outra senhora que dá uso às cartas "9 de Paus" para outro fim que não uma jogatana de Poker. Falo da Maya, claro. Aqui já há nome esotérico a dar um ar da sua graça mas, ainda assim, o destino apontava nitidamente para um salão de beleza e ela, por alguns anos fintou-o. Agora não, já que passa as tardes a fazer as unhas (suas e de outrem) nas tertúlias do "Contacto".

28
Dez08

O Fenómeno Marta Leite Castro

Joan@

Já alguém reparou que esta portentosa entrevistadora da nossa praça não consegue terminar nenhuma pergunta? Utiliza a chamada técnica de suspensão, que resulta em qualquer coisa como isto "Ana Zanatti, nasceu e depois aconteceu alguma coisa...."

É uma espécie de jogo, para completar os espaços em branco. Mas a amiga Marta tem muito, muito espaço em branco. Sobretudo no cérebro.

28
Dez08

Ainda aqui.

Joan@

Tomei a liberdade de mudar de canal e agora que voltei à RTP, vejo que o sentido de humor continua lá em cima. Fernando Mendes tem, desta feita, peruca loira, vestido amarelo, e está a fazer de madame dos Ferrero Rocher. Mas, reparem na fineza disto: em vez de "Ferrero Rocher" é "Almoçar com o Zé". Satisfaz o desejo do requinte, dizem eles. Oh se satisfaz!

 

Segundos depois o trocadilho atinge outro patamar. Fernando Mendes, mesmo sem peruca, faz de George Clooney (é parecidíssimo, de resto), e o slogan é "Quejo fresco, what else?".

 

 

Sim, continuo aqui a dar audiências a este programa fantástico. É para compensar o facto de dar sempre a minha atenção ao espectacular Morangos com Açúcar enquanto dá o Preço Certo (Em Euros).

 

(agora está a fazer de empregada da limpeza... com bata e tranças...)

 

(e agora a fazer playback, enquanto dança, da música "Dragostea Din Tei" dos Ozone... Nunca imagem e som combinaram tão bem... perfeita harmonia)

 

(agora a assistente Lenka, emigrante ucraniana explorada pela RTP, com nítida inveja da popular Orsi Feher, protagoniza um direito de antena do Movimento M.A.M.A.S. Uma vez, mais, o bom gosto, senhoras e senhores, o bom gosto!)

 

(não consigo encerrar este post sem sabe o que pode vir a seguir)

 

(cá está! Fernando Mendes faz de Luciano Pavarotti, cantando Nessun Dorma em versão Preço Certo).

 

(Pronto, é seguro acabar. Chegou a ficha técnica. Resta deixar um forte abraço ao responsável por tudo isto, o guionista - André Soares Ferreira. Muitos parabéns!)

 

28
Dez08

Avaria

Joan@

Acho que tenho um problema na minha televisão. Está certamente avariada, ali ao nível da RTP 1. Estou a ver o Fernando Mendes (esse mesmo, do Preço Certo), vestido de mulher... de homem pré-histórico.... e doutras coisas mais que não sei descrever (basicamente varia a peruca). Neste momento está a simular um anúncio da Calgon, com imensa (!!!) piada, coadjuvado pelo voz off do Preço Certo e pelo assistente que agarra nos microondas e nas tostadeiras. Eles cantam agora: "Prolongue a vida das suas máquinas com o Tom Tom"...

Tenho medo, muito medo. Eu já sabia que ele tinha dado uso a uma peruca no Natal dos Hospitais, fenómeno já de si tão assustador que nem dei importância. Mas agora estamos no chamado "horário nobre" e o público alvo não são os doentes indefesos. Ou melhor, são outro tipo de doentes: aqueles que ainda não conseguiram recuperar do trauma causado por "Nós, Os Ricos", e que agora se confrontam com isto, quando achavam que ia dar um Best Of dos Contemporâneos...

28
Dez08

Uma música por mês nem sabem o bem que me fez (!?)

Joan@

Aqui o caso muda de figura. Porque música ouço todos os dias, e felizmente não em ambiente controlado e indutor do sono (demasiado escuro e demasiado confortável).

Escolher só três era difícil, dez exigia alguma selecção, por isso escolhi 12 e arranjei uma explicação que até podia passar por plausível: uma por mês. Faz todo o sentido não é? É claro que deixo imensas de fora, sobretudo aquelas que estiveram longos dias na minha cabeça recusando-se a saír. O estranho caso do Morango do Nordeste foi o mais preocupante. Passei dias a fio a acordar com uma música dos Canta Bahia (!?) que não ouço há anos, na ponta da língua. Deve ser uma virose que apanhei aí em qualquer lado. "Apesar de colher as batatas da terra, com essa mulher vou até para a guerra" - realmente é coisa para se fixar com unhas e dentes no inconsciente. As músicas que se seguem ocuparam a minha memória com o meu prévio consentimento. Se gostarem, óptimo, se não gostarem, paciência. Até porque eu gosto de músicas sem motivo aparente nem qualquer militância especial. Não quero saber se parece bem, se é cool, alternativo ou assim-assim (confesso que músicas "assim-assim" me caem no goto!).

 

Janeiro - Sean Riley & The Slowriders - Moving On

 

Fevereiro - Hercules and Love Affair - Blind

 

Março - Sam Sparro - Black and Gold

 

Abril - Hot Chip - Ready For the Floor

 

Maio - NBC - Segunda Pele

 

Junho - The Ting Tings - That's Not My Name

 

Julho - Estelle feat Kanye West - American Boy

 

Agosto - Craig David - Officialy Yours

 

Setembro - Buraka Som Sistema - Kalemba

 

Outubro - Santogold - L.E.S Artistes

 

Novembro - John Legend - Everybody Knows

 

Dezembro - Kanye West - Heartless

28
Dez08

Tops + 2008 + Cinema

Joan@

Esta é a altura do ano em que, ultrapassados que estão os votos de "Boas Festas", se avança nos jornais, nos blogs e nas tascas em geral, para os tops de 2008. Sim senhora, tudo bem, eu até gosto de listas. Mas acima desse gosto (e de todos os outros) está a minha preguiça. Assim, prevenindo já a possibilidade de ser obrigada a fazer um ranking, evito ir ao cinema entre Janeiro e Dezembro. Reduzo essas experiências ao mínimo, para ser mais fácil opinar no final. Acho que em 2008 as únicas vezes que me desloquei ao cinema foram para ver Lars e o Verdadeiro Amor, The Darjeeling Limited e o Wall-E. Há quem os avalie com estrelas, a minha escala varia entre dormir profundamente, cochilar ou passar pelas brasas. Nunca estou totalmente desperta, independentemente da qualidade do filme. A combinação do conforto da cadeira com a escuridão é um poderoso soporífero para mim. E nos três casos, não dei os cinco euros por bem empregues. Sobretudo no caso do Lars e da sua boneca insuflável. Absolutamente inenarrável.

Em casa vi mais algumas coisas, como Juno ou My Blueberry Nights (desde então conhecido como "As Minhas Noites de Mirtilo", pena os tradutores não terem actuado desta vez), ou 88 Minutos. Nenhum deles ficou para a (minha) história. Em compensação passei parte do meu Verão a ver filmes tão actuais como Million Dollar Baby, Os Amigos de Alex, Manhattan, Annie Hall ou Ana e As Suas Irmãs. E parte do inverno (muitas horas seguidas) a analisar cena a cena o Casablanca.

São esses os meus filmes de 2008. Com jet lag, mas com histórias que ficam.

26
Dez08

Foi Natal, Foi Natal

Joan@

E porque quem tenha lido o último post pode dizer "Credo, para a Joana o natal é só consumismo" (exemplo aplicável unicamente à minha avó, pessoa que usa a palavra credo), resolvi escrever as linhas que se seguem. Para vos provar que não, não é só de compras que se trata. O Natal na minha família é também:

 

- a minha avó a queimar o arroz e a debater-se com um peru maior que ela (depois de ter abandonado, tristemente, quanto a mim, a ideia peregrina de fazer este ano "uma instalação de peru, com os bifinhos de peru que for comprando todos dispostos, a imitar um peru verdadeiro").

 

- a minha (mesma) avó a ficar sem electricidade em casa e a cozinhar à luz das velas, enquanto toda a família discute, numa espécie de pimponeta-pitá-pitá-pitucha-plim à distância, para ver quem vai lá ensinar à matriarca o que é um quadro e um disjuntor.

 

- os meus pais a discutirem com o meu tio em torno da questão "quem é mais porco: o povo espanhol ou o português?".

 

- os meus pais, o meu tio, a minha tia e o meu irmão a discorrerem sobre bancos, banqueiros, quiçá alguns bancários, e crise financeira em geral.

 

- a minha mãe a dar embrulhos às pessoas cujo conteúdo desconhece porque, tal como confessa facilmente "são sobras do ano passado, achei que era outra coisa..."

 

- o meu pai a correr a rua toda para descobrir a solução doutro importante debate: "é preciso ou não comprar selo do carro?" (todos os pretextos são válidos para abandonar o lar em noite de consoada... há quem diga que vai comprar cigarros, mas ele já nem fuma)

 

- eu a discutir com a minha mãe porque umas botas que uso de ano a ano desapareceram... para cinco minutos depois vir a saber que as deitou fora pensando que eram outras.

 

- a minha tia, que em tempos era um Pai Natal em quem eu acreditava piamente, ficar com um sono descontrolado depois do primeiro (e felizmente último) gin tónico, mas querer mostrar, ainda assim, os seus dotes para o fado-canção. Felizmente costumamos conseguir demovê-la.

 

- o meu irmão a dar várias voltas à casa por ter perdido, à vez, os comprimidos para a garganta, a carteira, o telemóvel ou o maço de tabaco (pelo menos este ainda tem pretexto se quiser ir à rua e nunca mais voltar).

 

- a minha avó a protagonizar cenas de enorme tensão com todos os familiares, quando encena o seguinte excerto shakesperiano (com os embrulhos na mão): "porque é que fizeste uma coisa destas?", "porque é que foram gastar dinheiro comigo?", "eu não tenho presentes à altura para vocês, que traição".

 

E é assim. Todos os anos. Com algumas variantes. O ano passado tinha ficado o arroz, queimado que estava o peru. A discussão talvez tenha sido sobre a guerra no Iraque. A minha tia talvez tenha bebido martini, o meu irmão talvez tenha perdido comprimidos para o estômago e não para a garganta. Mas a tradição ainda é o que era. O meu pai continua obcecado com a urgência de deitar fora todo o papel de embrulho, como se ele fosse auto-destruir-se em três segundos. A minha mãe ainda faz borrego em massa folhada (o "em" aqui é importante), ignorando toda e qualquer tradição de bacalhau com batatas. E eu continuo a estar acordada até às tantas. Antigamente era a montar as peças todas dos jogos que recebia. Agora é a escrever aqui, o que é basicamente a mesma coisa. Se bem que eu trocava isto por um bom e velho Mototope, um Dragabolas, um Operação, um Crocodilo no Dentista ou as clássicas plasticinas da Play Doh.

 

No fundo, o Natal continua a ser apenas e só consumismo. Mas como os presentes não nos ocupam tanto como isso, com manuais de instruções e regras de jogo, temos de desenvolver teorias em torno do espírito natalício. Coisas como harmonia familiar e assim. E a verdade é que ao fim dumas garrafas de vinho e duma quantidade de doces superior à permitida por lei, qualquer teoria que queiram vender-nos parece muito válida. Desde que não nos obriguem a levantar do maple. Maple, outra homenagem à minha avó. O arroz queimou-se mas não faz mal. Foi Natal na mesma.

26
Dez08

Aquilo que se segue é o chamado "toma, toma, olha o que eu recebi!"

Joan@

Depois de ter enganado toda a família, e até alguns amigos mais incautos, fazendo com que todos acreditassem que eu me portei bem e mereci, de facto, receber alguma coisa este ano, não há nada como esfregar as mãos de contentamento (e de frio, que parece que estamos em Moscovo) e contabilizar os bens arrecadados. É sempre bom ver que a maioria dos meus embrulhos não vem de lojas sérias e dignas. Por um lado, dá-me logo a certeza de que não são meias (por acaso a teoria falha, porque recebi umas bem boas, da Minnie), por outro lado, dá alegria a todo o meu agregado familiar, que por momentos acredita que ainda há crianças, que o Natal (e a vida em geral) ainda faz sentido...

Portanto, foi com agrado que recebi mais do que um artigo com a imagem deste senhor:

 

 

Depois, alguém que trabalha comigo todos os dias, achou por bem (sabe-se lá porquê!) dar-me uma punching ball, e as respectivas luvas.

 

 

Agora sim, estou com vontade de pôr mãos à obra em 2009, no regresso ao trabalho. Literalmente. Recebi também uma coisa que já é tão tradicional como o bolo rei, mas com a vantagem de não ter frutas cristalizadas.

 

 

Depois de tantos anos em que esperei pel'A Minha Agenda, e ela nunca chegou, agora tenho uma agenda à altura. Não traz receitas de brownies como a outra, nem sopas de letras, mas promete mudar a vida duma pessoa, com tarefas tão edificantes como:

- this week open a home restaurant

- this week uglify yourslef to escape from the tyranny of appearance

- this week share your every thought with others

- this week treat people according to how much money they have

- this week make friends with an insect

Sou capaz de perder alguns amigos pelo caminho, mas a minha vida irá certamente mudar mais do que se lesse O Segredo.

 

 

 

Depois disto, só falta arranjar uma lista como a do amigo Earl. Nada como ver a terceira temporada para me inspirar. Esta é das minhas telepaixões mais recentes, mas não há amor como o primeiro, por isso vou passar os próximos dias fechada em casa a (re)ver e a dizer as deixas da família Keaton em voz alta:

 

 

É apenas e só a melhor sitcom de sempre. Com o bónus de incluir o "grande" Michael J Fox.

Recebi também o DVD destes senhores, que são uma das séries de culto do ano, e como tal tenho ânsia e medo de assistir à coisa. Porque o último fenómeno que me chegou às mãos, aqui há uns tempos, chamava-se Larry David com o Curb your enthusiasm. E digamos que tive uma espécie de reacção alérgica. Ainda hoje tenho suores frios se avistar o senhor David. De qualquer modo estou esperançada com estes dois:

 

 

 

Houve ainda espaço para algumas coisas de gente crescida, nomeadamente casacos, carteiras e malas adquiridas aqui, aqui e aqui. Esta última tem uma enorme vantagem. E não me refiro ao facto das malas recicladas ajudarem o ambiente. Nada disso. Mas é que sendo feitas a partir de telas publicitárias, pode sempre dar-se o caso da minha actual mala ter sido uma ex-tela da Júlia Pinheiro vestida de samurai, a anunciar créditos por telefone. Lembram-se? Eu nunca esquecerei, e quer-me parecer que o tom da mala dá ares do novo cabelo da senhora.

 

De facto, desde que deixei de acreditar no Pai Natal e passei a acreditar na minha rede de contactos esta parte dos presentes corre sempre muito melhor. Mas, se o caro leitor ainda não me ofertou coisíssima nenhuma, não se preocupe. Aceito presentes até dia 31 de Dezembro. E depois volto a aceitar dia 3 de Janeiro, numa nova efeméride. Agora festejámos o nascimento do menino Jesus, dia 3 festejamos o da menina Joana. Escusam de trazer incenso e mirra...

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