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Monstro Bolero

Monstro Bolero

06
Jan09

A mecânica dos saldos

Joan@

Até eu, que fui aluna (medíocre) de Métodos Quantitativos e não da temível Matemática, sei fazer este cálculo (também conhecido como um "suponhamos").

- Uns ténis da Nike têm como custo de produção 1 mísero euro (lá estou eu a adjectivar, como se mísero euro fosse uma undiade monetária). Pronto: 1€ (que a mãozinha-de-obra em Taiwan está ao preço da chuva, e digo mãozinha de forma literal, porque os operários têm certamente menos de 6 anos).

- Esses mesmos ténis, depois de voarem até um país civilizado (?) como Portugal, passam a custar 100 €.

- Nós olhamos para eles várias vezes antes do Natal mas não nos apetece tirar dinheiro da nossa conta.

- O Natal passa. Vêm os saldos. O preço cai abruptamente para uns escandalosos 70 €. Que são de facto menos 30 € do que na semana anterior... mas continuam a ser mais 69 € do que o preço inicial, se tivessemos negociado com o pequeno artífice de Taiwan à porta da fábrica.

 

É por saber tudo isto que...

 

 

 

 

 

Trouxe para casa uns destes, radiante e convencida de que fiz o melhor negócio da vida, uma espécie de OPA no Portugal dos Pequeninos.

03
Jan09

O (vigésimo) TERCEIRO aniversário

Joan@

Realmente já devia ter reparado nestes sintomas antes...

 

Os meus presentes preferidos são brinquedos, tenho umas pantufas que imitam uns All Star gigantes, em azul eléctrico, no trabalho há quem me conheça pelo respeitoso nome de "Cini Mini" (dada uma paixão fulminante pelos cereais homónimos, com um sofisticado sabor a farturas), todos os meus amigos me tratam por uma qualquer alcunha (não interessa mesmo estar a especificar) , sendo difícil encontrar um que me chame Joana (nome que a minha mãe escolheu com tão boas intenções), devido a um lamentável e ridículo equívoco, tenho um conto publicado sob o respeitável nome de The Big One (óptimo para parques aquáticos mas talvez não tão recomendável no mundo literário). As minhas festas preferidas envolvem sandwiches cortadas em triângulo, miniaturas de pasteis de nata e gelatina, e se possível também balões e pinhatas, tenho uma predilecção difícil de justificar por lancheiras, o meu livro de cabeceira continua a ser O Meu Pé de Laranja Lima, os meus filmes preferidos envolvem personagens tão modeladas como um Doug Funnie e uma Patty Maionese, o meu programa preferido é a Rua Sésamo, e luto constantemente para trazer ao universo dos "crescidos" passatempos estranhamente abandonados como o Twister, o Telefone-Estragado, o Quarto-Escuro ou o Verdade ou Consequência. Como se isto não bastasse só sei o número que calço na versão ténis, porque não compro "sapatos a sério" desde que a minha mãe parou de me obrigar a usar botinhas de carneira, o único jogo de cartas que domino é o Peixinho (e já me tentaram ensinar 80 vezes os outros, é escusado), gosto muito mais de jogar um rudimentar Street Fighter (de preferência na Sega Master System) do que complexos jogos de estratégia, sou capaz de dar um rim para ir ao Regresso às Aulas do Jumbo (comprar material para a escola em que já não ando), detesto o Carnaval mas gosto de me mascarar quando todos os outros estão normais, (vide caso da aula hidroginástica recheada de velhinhas ou caso de um respeitável espectáculo no São Luiz).

 

Além disto não fumo, não bebo, não tomo café, não tenho grande paciência para sair à noite. Não usufruo nem sequer dum terço dos privilégios da idade adulta. Basicamente sou uma criança da pré-primária que guia (e isto explica muita coisa) e que tem direito de voto (isto já não explica tudo, porque eles continuam a ganhar com maioria absoluta, não posso fazer nada).

 

 

Perante estes indícios, era claro que não ia encarar esta desgraça de ânimo leve. Como é que é possível EU fazer 23 anos? Eu que ainda ontem estava na Quinta das Palmeiras a fazer desenhos, picotados, e a fascinar-me com a Maria Professora que conseguia falar a língua dos P's! Eu que há (escassos) meses estava a entrar para o sétimo ano, a pedir ao meu pai para me deixar muito longe da porta da escola, para ninguém ver, e a arquitectar esquemas mais complexos que os da II Guerra Mundial para fugir de casa e ir ao Garage. 23? Já? Os 3 aceito de bom grado. Agora os 20, senhores que mandam no Universo, revejam lá isso. Deixem-me pelo menos começar a recuar a partir de agora. A cada 3 de Janeiro, menos um ano. Porque senão vou tornar-me uma perigosa cópia do Tom Hanks no filme Big. E se há coisa que ninguém, no seu perfeito juízo, quer é parecer-se com protagonistas dos anos 80. (Digo eu, que nasci nos "late eighties", convém realçar - velha mas não tanto).

02
Jan09

Auto-retrato de outrem

Joan@

Poeta é certo mas de cetineta
fulgurante de mais para alguns olhos
bom artesão na arte da proveta
narciso de lombardas e repolhos. 

Cozido à portuguesa mais as carnes
suculentas da auto-importância
com toicinho e talento ambas partes
do meu caldo entornado na infância.

Nos olhos uma folha de hortelã
que é verde como a esperança que amanhã
amanheça de vez a desventura.

Poeta de combate disparate
palavrão de machão no escaparate
porém morrendo aos poucos de ternura.
 

 

(Ary dos Santos)

01
Jan09

Sobre o que não muda à meia noite

Joan@

É bom saber que os anos passam e há coisas que nunca mudam.

A começar por nós próprios.

 

A primeira missão de 2009 era, aparentemente, simples. Ir até à Sé de Lisboa.

Explicaram-me como era, e eu confirmei no Google Maps. Mas já me conheço. E sei que de ontem à noite para hoje não mudei assim tanto (as passas ainda não têm esse poder, o champanhe com qualidade, talvez, mas o nosso era espumante Raposeira). Por isso resolvi pedir emprestado o GPS do meu pai.

Programei-o para o Largo da Sé, estava tudo bem. No fim da minha rua percebi que não o tinha colocado numa posição muito boa e que não se ouvia bem o som. Pára tudo. Lá mexi nele, ele ainda me perguntou se queria ir para o "destino mais recente, Monte Gordo", e eu disse-lhe que não. Seguimos viagem (eu e ele). O que eu não sabia é que iamos para sítios diferentes. Comecei logo a estranhar quando me mandou para a A5. Mas obedeci. Afinal de contas ele é que é especialista na matéria. Estranhei ainda mais quando me mandou sair em Monsanto, passar pelas quatro saídas da rotunda, e votlar a entrar na auto-estrada. Tudo bem, estava a pôr-me à prova, com isso posso eu bem. De novo na A5 pediu-me que encostasse à direita. E eu pensei "na faixa da direita vou para a Ponte". Ele insistiu. E entre confiar no meu sentido de orientação e conhecimento geográfico, ou na máquina, optei por ela. E claro que fui até Almada. Um bonito passeio. Olhei com mais atenção para o écrã e percebi que estávamos a trezentos e tal quilómetros do destino. Parece que a pergunta sobre querer ir ou não a Monte Gordo era retórica. Ele já tinha decidido. Depois houve um alegre voltar atrás, com o GPS sempre a pedir-me que fizesse o contrário do que eu queria. Foi uma espécie de teste psicomotor, acho que até me saí bem, porque rapidamente estava nas portagens. Eu e toda a população que tinha ido passar o "revelhão" fora. Divertido!

De volta a Lisboa, e não aprendendo com o exemplo anterior, continuei a ligar mais a um aparelho que dá pelo nome de Tom Tom do que à minha consciência. E isso valeu-me, entre outras coisas, duas voltas seguidas à Praça da Figueira (que estaria ainda a contornar agora se não tivesse decidido ignorar as instruções). Quando cheguei minimamente perto do destino (neste momento "perto" era qualquer sítio na Grande Lisboa), parei o carro e resolvi seguir a pé. Sem GPS nem sinais de trânsito a atrapalhar ia ser canja. Pois ia. Disse à paciente pessoa que esperava por mim há cerca de duas horas, que estava à porta da Sé de Lisboa. Ela foi lá buscar-me.

Mas eu não estava lá, afinal. Aquilo que eu achava ser a Sé de Lisboa era uma igrejinha qualquer, em frente dum mini-mercado.

Enfim, lá cheguei ao meu destino. O amigo Maquiavel achava que os fins justificam os meios, e eu tenho de concordar, embora os meus meios sejam às vezes longos demais, sobretudo com a gasolina tão cara.

 

Mas nada disto foi em vão.

Primeiro, recebi uma grande lição de moral: há coisas que nunca se pedem emprestadas, tais como os filhos, os animais de estimação, a roupa interior e os GPS. (não necessariamente por esta ordem, já que a partir de hoje mais depressa peço emprestado um bebé de 6 meses do que qualquer coisa aparentada com uma bússola).

Depois, arranjei uma resolução de ano novo perfeita, sem ter de puxar pela cabeça: visitar a Sé de Lisboa, para conseguir reconhecê-la quando estiver na sua presença.

 

Este post poderia chamar-se também assim: "Como transformar um feriado cinzento e aborrecido num divertido rally paper sem regras definidas, para jogar individualmente".

 

Tenham um Ano Novo muito... Próspero. Palavra que eu muito aprecio e que só é posta a uso na pssagem de ano (é o equivalente aos talheres de prata que só se vêem no Natal, mas na versão linguística da coisa).

01
Jan09

Os Meus Três Desejos Para 2009

Joan@

- Que o Porto seja campeão (calma, calma, isto ainda não é a parte do desejo, é apenas uma inferência lógica) - com 37 pontos de vantagem sobre o rival mais próximo. E que esse rival seja o Leixões. Seguido do Belenenses. E do Braga. E do Guimarães. E até de clubes que não joguem na Primeira Liga. E que o lanterna vermelha seja, para fazer pendant, em nome da estética, o Benfica.

 

- Que a Teresa Guilherme apresente um novo reality show na televisão. E que lance um assistente ao nível do Pedro Miguel Ramos ou do José Pedro Vasconcelos. Fazem muita falta.

 

- Que as questões laborais passem a ser decididas através do bom e velho "um dó li tá cara de amêndoa, um segredo colorido, quem está livre livre está". Não tenho sorte no euromilhões mas pode ser que tenha neste nicho de mercado.

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