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Monstro Bolero

Monstro Bolero

28
Fev09

RX

Joan@

Hoje, entre as 10h50 e as 11h10 da manhã, fiz uma data de actividades fascinantes, todas no mesmo lugar.

Não, não fui àquela feira popular improvisada em Alcântara. Fui ali à Clínica Joaquim Chaves, fazer uma radiografia a uma zona do corpo que nem sabia existir, mas que ganhou todo um novo significado: a região "lombo-sagrada". Sabiam desta designação? Afinal temos ali uma zona de culto mesmo antes do rabo e não sabíamos.

A primeira coisa que comecei por fazer foi ouvir a senhora da recepção desfiar o rol de doenças que uma velhinha podia hipoteticamente ter, para saber se era seguro ela fazer uma ressonância magnética. O pior é que o único problema grave que detectei na senhora era uma surdez preocupante, pelo que a conversa era qualquer coisa como isto:

 

- Doença coronária, tem?

- (silêncio)

- Doença coronária, tem ou não?

- Doença quê?

- Coronária!

- Não não...

 

Estamos perante um caso claro de "responder só para não contrariar". Acontece-me várias vezes, mesmo sem ter 80 anos. Não percebo o que a pessoa diz, pergunto uma vez... continuo sem perceber, e opto por uma resposta neutra.

Aquela senhora simpática de cabelo branco fê-lo, sucessivamente, para cerca de 40 enfermidades. Por esta altura estará provavelmente inanimada dentro da máquina da ressonância. Porque não percebeu que lhe tinham perguntado se tinha "desmaios frequentes ou epilepsia".

 

Infelizmente não pude acompanhar mais este episódio porque fui chamada para uma espécie de excursão para outro corredor, com vários senhores de meia-idade. Eles foram autorizados a sentar-se normalmente na sala de espera nº2, mas a "senhora Joana Marques" (são as únicas pessoas que me dão crédito e me tratam formalmente, os enfermeiros), teve direito a uma pequena praxe. Teve de entrar para uma salinha, despir-se e vestir uma bata (com direito àquelas imitações de pantufa brancas e tudo). Ou seja, consegui finalmente mascarar-me antes que a época de Carnaval acabasse. Mascarei-me, mais concretamente, de exibicionista do metro, mas em versão feminina. Felizmente a composição da personagem demorou o suficiente para passar directamente para a sala de Raio-X sem ter de me sentar com os outros convivas naquela figura.

 

A questão é... depois de ter pago 41 euros por duas fotografias (no fundo, não é mais do que isso), o mínimo que se pede é que o resultado sejam meia dúzia de hérnias. Senão peço o meu dinheiro de volta.

24
Fev09

É fácil!

Joan@

Não me perguntem porquê, mas tenho na minha estante de livros uma obra de Allan e  Barbara Pease (certamente um casal sem grande coisa para fazer) chamada "É fácil! Como lidar com os outros e ganhar com isso."

Eu não o comprei, nem o roubei (imaginem o ridículo de roubar um manual sobre como lidar com pessoas e ganhar com isso, acho que não ia ser a melhor forma de lidar com os seguranças da Fnac...).

Alguém mo deu, disso não há dúvida. Lembro-me vagamente. Provavelmente num aniversário. Não sei quem, nem quando, nem onde. Mas agradeço muito! Pela primeira vez dediquei alguns minutos ao livro e valeram todos os segundos que incluem!

No capítulo "As 5 Regras de Ouro da Escuta" podemos aprender a utilizar "encorajadores mínimos". Dizem eles: "quando a outra pessoa fala, encoraje-a a continuar usando: estou a ver, hum hum, a sério? e conte mais!". Por isso, quando estiverem a desabafar com alguém e ele usar esta sequência de forma maquinal, sem prestar atenção ao que estão a dizer, já sabem que literatura consultou!

Melhor que isto só o capítulo "como memorizar nomes". Em vez de qualquer coisa como "esteja atento quando lhe apresentam as pessoas", é-nos proposto um esquema muito mais complexo. O primeiro passo é repetir o nome da pessoa alto, várias vezes. Já estou mesmo a ver. "Joana, este é o Rui", dizem-me.  Rui? Olá Rui! Tudo bem Rui? Óptimo, Rui", respondo eu. Advertem que se o nome for pouco comum devemos pedir à pessoa para o soletrar. Ainda melhor. A nossa taxa de memorização cresce na exacta proporção em que a nossa sociabilidade diminui. Mais depressa somos internados do que fazemos algum amigo novo. Mas o melhor vem depois. Diz-nos o livro que devemos transformar o nome num objecto: "Teresa - mesa, Susana - banana, Leonor - tambor, Luís - nariz". E depois? Temos de "imaginar o objecto a interagir de forma ridícula com uma característica proeminente da pessoa. Por exemplo, se o Luís tem um nariz de dimensões superiores à média, imagine-o a tirar macacos do nariz, se a Leonor tiver um vozeirão, imagine-a a bater num tamborzão".... Senhores, vamos lá parar um bocadinho esta voragem memorizadora. A que propósito é que vou criar um misto de anedota do António Sala e canção infantil para decorar uma coisa tão simples como o nome duma pessoa? Ainda se fossem os caminhos de ferro da Holanda!

No fim do capítulo há um precioso bónus. Uma lista de mnemónicas para nomes. Eu às vezes tinha dificuldade em saber como se chamava a minha amiga Mónica, mas agora lembrar-me-ei de Água Tónica e tudo será mais fácil. O pior é que depois em vez de lhe perguntar pelo marido Marco, perguntar-lhe-ei sobre o Gin. Francisco e Beatriz felizmente não são nomes que utilize muito, porque segundo o livro teria de me lembrar de "vi a actriz" e de "cisco no olho", o que sinceramente não me apetece muito. Vou tentar conhecer um Alberto, já que a palavra-chave é "bar aberto", e evitar Antónios, com o seu "entorne-o".

Acima de tudo, vou continuar a ler este livro já de seguida.

 

22
Fev09

Carnaval

Joan@

Noutro dia encontrei uma amiga minha bastante chateada com a vida.

Porquê? Porque tinha estado vinte minutos parada no carro, às nove da manhã.

Trânsito? Não.

Acidente? Não. Quer dizer, mais ou menos.

Um acidente envolvendo cerca de 500 crianças de uma escola.

Uns vestidos de Batman, outros de Cowboy, umas de Barbie Quebra Nozes, outras de Cinderela, mais uma mão cheia de Noddy's, um ou outro Ruca, meia dúzia de palhaços, princesas, índios, e outros disfarces genéricos, nitidamente propostos por pais que não têm tempo para comprar mais que uma peruca.

Todos a atravessar a estrada. Na passadeira, como manda a lei, e o polícia de trânsito, que é uma espécie de criança a quem a mãe nunca se lembrou de tirar a máscara.

Todos a andar muito devagarinho, para que os condutores pudessem apreciar os seus trajes. Todos a gritar, a atirar papelinhos e serpentinas.

Eu não estive lá, mas sei como essas coisas se processam. Quanto mais não seja porque já fui uma das Brancas de Neve no desfile, embora, devo dizer, sempre muito contrariada (disfarçava era bem!).

 

Este episódio, quanto a mim, resume muito bem o que é o Carnaval.

Obriga-nos a parar à espera que passe.

22
Fev09

Undercover Princes

Joan@

Só hoje soube da existência daquele que é, quanto a mim (e mesmo sem precisar de ver o resultado final) o melhor programa de televisão jamais inventado. Undercover Princes, reality show da BBC. O conceito é o seguinte: três príncipes estrangeiros partilham uma casa em Brighton, e durante o dia desempenham um trabalho de comum mortal (como barman ou camareiro de hotel), para que (segundo os produtores do programa) "as pessoas gostem deles pelo que são e não pelo que têm." Reality shows, tal como os chapéus na Canção de Lisboa, "há muitos, seu palerma!". E reality shows palermas então há-os aos montes. Só que este atinge todo um novo patamar de palermice. É de se-lhe tirar o chapéu. Ou o turbante. Já que os três príncipes participantes são: Manvendra, um indiano muito peculiar que noutro dia estava na Oprah, não a fazer umas chamuças para oferecer a toda a plateia, mas a falar da assunção da sua homossexualidade; Remmigius do Sri Lanka e  Príncipe África Zulu. E um programa que permite a formulação de frases como "A tensão surge imediatamente entre Manvendra e África Zulu, enquanto comem gelados na praia", é absolutamente genial.

 

Uma imagem vale mais do que mil palavras, e estas duas tornam o resto do post totalmente dispensável.

 

 

19
Fev09

MB Spot

Joan@

Os senhores do Multibanco (uma espécie de irmandade perigosa) anunciam por aí muito contentes a criação do MBSpot...

Que ideia fantástica! Agora quando quisermos ir comprar benurons à farmácia ou pão de forma à mercearia habilitamo-nos a ter de esperar que a pessoa à nossa frente pague as suas contas da água, da electricidade, do gás, a prestação da casa, do carro, do outro carro, o colégio dos filhos, a mensalidade do ginásio e a segurança social. E no fim disto tudo o mais provável é que a nossa dor de cabeça ligeira já não se cure com benurons e que o pão de forma já esteja duro.

 

19
Fev09

Assuntos de Família

Joan@

O tio do Sócrates bem podia pedir uns conselhos ao sobrinho. Só no que a gravatas diz respeito, é claro.

 

Mas o senhor anda mais preocupado a procurar o seu bulldog francês, o Napoleão (quão reveladoras da personalidade do senhor são estas características do cão?).

19
Fev09

Como disse?

Joan@

Cândida Almeida (Procuradora), em pouco mais dum minuto da entrevista na Renascença, diz cinco vezes essa célebre expressão popular que só para ela existe "o diz-se diz-se"!

 

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