Problema de saúde pública
Vamos lá ver se nos entendemos... Existe alguém no meu prédio que cozinha bem de mais. Não consegui ainda detectar o andar do culpado, mas sei que o aroma da comida toma a liberdade de vir descendo as escadas e de se espalhar pelo átrio do prédio, todos os dias, sem excepção, quando o ponteiro do relógio se aproxima da mesa do almoço, horário esse que coincide invarivalmente com o momento em que a minha barriga dá horas. E o menu deste excelentíssimo condómino é completo, ainda por cima. Ora tem carne, ora tem peixe, ora tem ovos. Nas últimas semanas, afianço com segurança, passaram por aquela mesa de cozinha (algures entre o 2º e o 6º andar) ervilhas com ovos escalfados, filetes de pescada com arroz de tomate, desfeita de bacalhau com grão, arroz de frango, entre outros.
Ora isto constitui uma grave ameaça à minha disposição, que depois de rodar a chave na porta tenho de me dirigir até à minha cozinha e destapar o tacho onde jaz o bife de frango da véspera, e aqueles legumes congelados do Continente, tão jeitosos. Acredito que a atitude deste vizinho é um problema de saúde pública, porque naqueles 25 segundos que demoro a subir as escadas, fico com uma fome de morte. Quem é que põe cobro a isto? Quem é que oferece a essa família não identificada uma mão cheia de talões da 4salti e da Marco Belini, condenando-os a usarem para sempre o microondas e a deixarem o forno enferrujar? Espero que alguém tenha a bondade de me auxiliar.