07
Mar05
A Hora do Alzheimer
Joan@
Não sei se já repararam mas há certas horas do dia que são totalmente invadidas e controladas pela terceira idade!! Eles estão em todo o lado!! Para onde quer que nos viremos, não há escapatória possível! Se quiserem tomar as devidas precauções, posso dar-vos algumas dicas de como identifcar estes espécimes à distância!
Deslocam-se muitas vezes em grupo, sobretudo os exemplares femininos, discutindo temas de interesse nacional, como o último episódio da Baía das Mulheres, debate devidamente documentado com as revistas Maria e Nova Gente que trazem debaixo do braço. A discussão por vezes sobe de tom, literalmente, não porque haja discórdia entre as participantes, mas porque os aparelhos que têm no ouvido nem sempre funcionam.
Quanto à facção masculina, normalmente opta por outro tipo de literatura, como os desdobráveis do Ben-u-Ron ou o Jornal do Sporting, assumindo um estilo menos exuberante.
Contudo há características comuns a ambos os sexos, tal como o "Factor Saco": normalmente fazem-se acompanhar por um (de plástico ou cartão - não interessa para o caso), bem pesado por sinal, dentro do qual trazem todo o seu cadastro médico dos últimos 80 anos, desde a primeira constipação até às alergias ao pó.. Tudo ilustrado com imagens fascinantes, como o raio-x do tórax ou a ecografia aos ovários.
O mais preocupante é que esta hegemonia da terceira idade já se tornou um flagelo, não sendo possível falar apenas numa hora do Alzheimer... já que esta se estendeu por centenas de minutos! Até a televisão já foi monopolizada.. senão vejamos.. já tinhamos o Sic 10 Horas, a Praça da Alegria, o Às 2 por 3, ... mas agora .. temos a RTP Memória!, que, entre outras coisas, faz emissões especiais "Paco Bandeira" e repete o Festival da Canção de 1968.
Penso que de agora em diante é mais indicado falarmos em" 24 Horas Alzheimer", já que o domínio destes seres é uma realidade incontornável! E se não podemos vencê-los, como parece evidente, o melhor será juntarmo-nos a eles, evitando de preferência alguns rituais, como molhar pão no leite, pôr os dentes num copo à noite, perguntar "o quê filha?" entre cada duas frases ou "bem haja" na hora das despedidas! De resto... é sempre bom rirmos com eles (não deles!!).
Deslocam-se muitas vezes em grupo, sobretudo os exemplares femininos, discutindo temas de interesse nacional, como o último episódio da Baía das Mulheres, debate devidamente documentado com as revistas Maria e Nova Gente que trazem debaixo do braço. A discussão por vezes sobe de tom, literalmente, não porque haja discórdia entre as participantes, mas porque os aparelhos que têm no ouvido nem sempre funcionam.
Quanto à facção masculina, normalmente opta por outro tipo de literatura, como os desdobráveis do Ben-u-Ron ou o Jornal do Sporting, assumindo um estilo menos exuberante.
Contudo há características comuns a ambos os sexos, tal como o "Factor Saco": normalmente fazem-se acompanhar por um (de plástico ou cartão - não interessa para o caso), bem pesado por sinal, dentro do qual trazem todo o seu cadastro médico dos últimos 80 anos, desde a primeira constipação até às alergias ao pó.. Tudo ilustrado com imagens fascinantes, como o raio-x do tórax ou a ecografia aos ovários.
O mais preocupante é que esta hegemonia da terceira idade já se tornou um flagelo, não sendo possível falar apenas numa hora do Alzheimer... já que esta se estendeu por centenas de minutos! Até a televisão já foi monopolizada.. senão vejamos.. já tinhamos o Sic 10 Horas, a Praça da Alegria, o Às 2 por 3, ... mas agora .. temos a RTP Memória!, que, entre outras coisas, faz emissões especiais "Paco Bandeira" e repete o Festival da Canção de 1968.
Penso que de agora em diante é mais indicado falarmos em" 24 Horas Alzheimer", já que o domínio destes seres é uma realidade incontornável! E se não podemos vencê-los, como parece evidente, o melhor será juntarmo-nos a eles, evitando de preferência alguns rituais, como molhar pão no leite, pôr os dentes num copo à noite, perguntar "o quê filha?" entre cada duas frases ou "bem haja" na hora das despedidas! De resto... é sempre bom rirmos com eles (não deles!!).