Cardeal Patriarca de Lisboa
As afirmações do Cardeal Patriarca, D. José Policarpo, incluem-se, cá para mim, numa categoria muito específica da expressão humana: a categoria das "alarvidades que se dizem numa acesa discussão de amigos, durante um jantar, pura e simplesmente para chocar e lançar mais achas para a fogueira".
Eu compreendo perfeitamente isto. Eu sou pessoa que disse que votaria no John McCain apenas para que uma discussão durasse mais umas horas. Eu sou pessoa que disse que a Manuela Ferreira Leite tinha toda a razão em discordar do casamento homossexual, apenas para que a conversa durasse o tempo suficiente de acabarmos com o pirex de massa. Eu consigo até imaginar-me a defender os regimes totalitários, por alguns segundos, em nome do salutar convívio entre as gentes.
Agora... Contra si, o Cardeal tem o facto de:
1 - não estar a comer massa com atum na companhia dos seus amigos,
2 - não estar numa acesa discussão com ninguém, mas sim num monólogo reflectido,
3 - não estar (até prova em contrário) com os copos,
4 - não ter 20 anos,
5 - estar a ser filmado
6 - estar acompanhado pela Fátima Campos Ferreira (isto é sempre uma desvantagem, em qualquer cenário!).